Apesar de ter havido uma redução na diferença do salário entre homens e mulheres, o salário feminino ainda é cerca de 20% menor. O resultado foi obtido após uma pesquisa sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho do Distrito Federal, divulgada hoje, dia 7, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo o estudo, realizado numa parceria do Dieese com a Companhia de Planejamento e a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF, a redução na diferença de salário entre homens e mulheres se deu porque a renda do homem caiu mais do que a da mulher.
A pesquisa mostra ainda que houve aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Em 2016. Ao todo, são 612 mil mulheres com alguma ocupação, enquanto 671 mil homens estão no mercado de trabalho no DF. Em termos percentuais, 47,7% das vagas são ocupadas por mulheres e 52.3% por homens. No quesito instrução, em 2016 36,2% das mulheres em idade ativa tinham nível superior, contra 30,5% dos homens no mesmo patamar, uma diferença de mais de 5%.
Ocupação
Em relação ao desemprego, a taxa feminina cresceu 28,8%, enquanto a masculina atingiu 31,7%. Embora a taxa de desemprego dos homens seja maior, a quantidade de mulheres no mercado de trabalho é menor. São 151 mil mulheres desempregadas e 126 mil homens fora do mercado.
Segundo a coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, Adalgisa Lara Amaral, “alguns trabalhos que as mulheres fazem tem remuneração menor. E algumas empresas na hora de contratar preferem os homens, em razão da mulher ter jornada dupla (cuidando dos filhos)”.
No setor de serviços, 80,6% das vagas são ocupadas por mulheres. Enquanto no comércio a maioria das vagas pertence aos homens. Quando se trata de trabalho formal, com carteira assinada, houve uma redução de 5,3% para homens e 2,8% para mulheres. Outro dado importante é o crescimento do trabalho autônomo, com 3,3% de homens e 5,1% de mulheres a mais nessa modalidade.
Agência Brasil
“Tivemos um forte aumento de pessoas perdendo seus trabalhos com carteira assinada e essas pessoas se inseriram no mercado autônomo. E mesmo com os homens perdendo mais seus empregos, o trabalho autônomo cresceu mais para mulheres por esses trabalhos estarem mais vinculados ao setor de serviços, que é dominado pelas mulheres”, explicou Adalgisa.