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RST 472: “Serra do Palmitinho” ainda guarda marcas do último acidente


As marcas do último acidente que aconteceu no quilômetro 20 da RST 472 em Palmitinho ainda são visíveis, passados mais de 15 dias da ocorrência. O acidente vitimou o motorista de uma ambulância de Esperança do Sul, identificado como Paulo Roberto da Rosa, de 30 anos que foi atingido por um caminhão que transportava leite. Um outro veículo da Secretaria Municipal da Saúde de Pinheirinho do Vale também se envolveu no acidente e teve apenas danos materiais.

A “serra do Palmitinho”, como o trecho é conhecido por alguns caminhoneiros da região, é responsável pela morte de incontáveis pessoas, muitas delas da comunidade Palmitinhense, que apesar de conhecerem o trajeto, foram alvos do trânsito, aquele que mata mais do que as guerras em todo o mundo.

Rubens Vargas, de 71 anos, mora na linha Lajeado Leão, às margens da RST 472 e viu a rodovia surgir e ser asfaltada. Ele conta que já viu mais de 20 pessoas morrerem no trânsito, apenas contabilizando os acidentes entre a saída de Palmitinho e a ponte do Guarita. Entre elas uma em especial lhe enche os olhos de lágrimas. Há cerca de 11 anos Rubi — como é conhecido pelos amigos — perdeu seu filho, João, em um acidente no km 18 desta rodovia. Ele aponta dois fatores são cruciais para o alto índice de acidentes no local: A sinalização precária e a imprudência. “Nós já fechamos a RS aqui na frente de casa para pedir melhor sinalização, mas não tivemos... precisamos com urgência da instalação de pardais ou quebra-molas na descida, pois ninguém respeita a velocidade”, destacou ele.

Segundo o patrulheiro escolar, Rui Azevedo Brandão — que atuou na Brigada Militar do município por cerca de 33 anos — os acidentes nesse trecho acontecem principalmente devido a imprudência. “Contando por cima já atendi cerca de 11 acidentes com morte, contando somente o trecho entre Palmitinho e a ponte do Guarita, grande parte deles foi imprudência ou falha mecânica”, destacou Brandão. Ainda segundo ele a sinalização realmente é deficitária, mas levando em consideração que grande parte dos acidentes envolviam pessoas que conhecem o trecho, este não pode ser um argumente usado para justificar as ocorrências.

O comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar de Santo Augusto, Sargento Leandro Oliveira, explica que não há dados conclusos sobre a quantia de pessoas que já perderam a vida neste trecho, pois em seus relatórios constam apenas as vítimas fatais, ou seja, aqueles que morreram até o momento da confecção da ocorrência por parte da polícia. Ele explica que entre o quilômetro 18 da RST 472 — em Palmitinho — e o quilômetro e o quilômetro 30, já no município de Tenente Portela, a rodovia é sinuosa e, portanto, necessita de maiores cuidados.

O comandante relatou que o índice de acidentes de trânsito nas rodovias sob responsabilidade do comando, caiu 41% em um ano, mas foram registradas 9 mortes nesse primeiro semestre do ano. O principal fator causador dos acidentes é a imprudência. “ A gente não pode culpar a nossa falha e passar para a falta de sinalização, para o governo. Nós percebemos que a maioria dos acidentados nesse trecho são moradores da região”, destacou ele ao ser questionado sobre a sinalização da rodovia.

O Superintendente adjunto do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (Daer-RS) na Superintendência de Palmeira das Missões, que é responsável pela RST 472, Luís Carlos Soares, esclarece que “o Daer é sabedor que a sinalização do trecho não está 100 %” mas segundo ele a maioria dos acidentes acontece com pessoas que conhecem o trecho e por imprudência. “ No início deste mês estávamos próximo a Tenente Portela acompanhados da estadual, colocando tachões na pista, e os veículos, mesmo vendo o veículo do Daer e da polícia andavam à 130 km/h num trecho onde é permitido 80, concluiu ele”.

Soares ainda destacou que o Daer está realizando constantes manutenções na RST 472, inclusive com o apoio da Prefeitura Municipal de Palmitinho. Ele informou que uma nova empresa, responsável pela sinalização nas rodovias de competência do Daer já foi contratada e deverá colocar novas placas de sinalização em diversos trechos.

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