Sinceramente eu gostaria de escrever sobre o futebol, para o qual de fato, eu fora convidado para usar este espaço. Porém, os episódios recentes me instigam a fugir da regra, pois comprovadamente podemos sim, sobreviver sem o esporte mais fascinante do mundo; agora, sem alguns profissionais e entes queridos torna inevitavelmente a tarefa muito mais dolorida.
No último mês, a nossa comunidade sofreu mais um duro golpe, talvez um dos mais fortes da minha geração. Até então, quando falecia alguém de mais idade, de praxe comentávamos que era o amigo ou do conhecido do meu pai, algo deste feitio, pois agora, na realidade divina, estão partindo pessoas que tiveram convÃvio conosco.
Dois dias antes do fatÃdico dia, última vez que falei com o pai do Tobias (foi assim que o conheci) me mostrava orgulhoso na tela do telefone celular o vÃdeo da neta recém-nascida. O brilho marcante no olhar deste pai de famÃlia, marido, pai, sogro e avó, é que levarei como melhor lembrança; acima inclusive das reconhecidas virtudes de visionário, empresário bem sucedido e polÃtico articulado. Fica com Deus Lisca.
Tempos difÃceis; mas continuaremos. Mesmo que famÃlias já tenham sido dilaceradas socialmente/emocionalmente e soldados já tenham tombados a guerra continua e exige prontidão, pois quando acabar sobrará o rescaldo para avaliação. E com certeza vai acabar.
Muito eu deveria escrever sobre os profissionais de saúde, talvez na próxima eu faça, mas quero hoje sucintamente me ater ao perÃodo que tenho vivido como alfabetizador. Com as aulas suspensas, tenho tido a missão de repassar algumas atividades para minha prole. Quanto "perrengue"; mas no contraponto, quanto orgulho dos professores; quanta valorização é lhes devida; quantas inversões de valores foram cravadas nesta sociedade injusta.
Já temos uma lição da crise: sem jogadores de futebol e seus vistosos salários vivemos, mas sem estes outros humildes profissionais não sobreviverÃamos.
Aos mestres com carinho!
Um forte abraço e até a próxima........