Antes tido como um esporte quase que exclusivamente para homens, o futebol vem ganhando a admiração das mulheres e está em uma crescente nos últimos anos, em Palmitinho.
Conforme levantamento da Reportagem do VP, a prática do futebol feminino está presente diariamente no nosso município, tanto na cidade como no interior. Hoje estão ativos cerca de dez horários fixos distribuídos pelo município/semana, envolvendo quase 70 atletas, pois muitas jogam em vários horários, ou seja, um número expressivo de mulheres que praticam o esporte como forma de integração, lazer e saúde.
De acordo com uma das únicas goleiras do município, Cássia Hunning, o futebol é uma paixão desde a infância, “sempre troquei as bonecas pela bola, nas horas de lazer nos reunimos para jogar bola e como era um esporte predominantemente masculino jogávamos em poucas meninas e a maioria eram meninos. Com dez anos tive a oportunidade de participar da escolinha de futebol feminino de salão, onde me identifiquei como goleira”, relata. A atleta conta que já participou de jogos intercolegiais, campeonatos, torneios, além dos jogos por lazer. - O futebol para mim vai além de apenas praticar um esporte, é onde recarrego as minhas energias e elevo minha autoestima. Hoje em dia percebo que já existem mais mulheres no esporte, pois lutaram pelo respeito e liberdade, enfim, hoje a mulher pode estar onde ela quiser, destaca.
Os treinos ocorrem principalmente no Ginásio Municipal de Esportes, no Complexo Esportivo e em ginásios no interior, como na Linha KM 19, Linha Industrial e Linha Esquina do Comércio. Conforme uma das praticantes, Brenda da Silva, o futebol feminino assim como outros esportes praticados pelas mulheres mostram uma crescente, tanto em praticantes como em visibilidade. - Ainda tem muito o que evoluir, muitas mulheres ainda à serem inseridas neste esporte. Algo que nota-se muita deficiência ainda é em relação às competições, tanto municipais, quanto regionais. Com tantas mulheres e times que jogam diariamente, por que sempre falta para competições, muitas vezes formando apenas um time? Fica essa indagação para todos! Mas de antemão já dou uma dica, será que não é porque ainda é levado com menos importância que o masculino? Será que não é porque as mulheres tem vergonha, por jogarem “menos” que os homens? Algo que infelizmente ocorre pelo fato de que, ao contrário da maioria dos meninos com 6, 7 anos de idade que já frequentam escolinhas ou jogos rotineiros com os amiguinhos, as meninas de mesma idade não possuem esse incentivo. Algo que devemos mudar já é deixar o sexismo e tipificação de lado, relata.
Praticante do futebol a mais de uma década e referência para muitas meninas que jogam com ela, a atleta Judite Luiza de Azevedo Zanchet, destaca: - comecei no futebol feminino no início nos anos 90, em um ambiente que, no início, era dominado por homens. Começamos jogando futebol de salão e no time da União. No início, foi um pouco difícil. Os jogos femininos não eram bem vistos e tinha poucos times. Mas, graças a Deus, apesar de ter poucos times, sempre fomos respeitadas no ambiente. Hoje, vejo que tem muito mais mulheres jogando, o que é muito bom, tanto pela autoestima, como pela prática do esporte em sim. O que parece ter mudado é que a sociedade está se conscientizando que não existe essa de “esporte de homem” e “esporte de mulher”, frisa a praticante.
Enquanto as competições não são retomadas devido à pandemia, os treinamentos seguem ocorrendo, mostrando que as mulheres estão superando as diferenças e preparadas para as competições que devem voltar a ocorrer no próximo.
Foto: Divulgação/Brenda da Silva