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La Niña se configura no Pacífico e acende alerta para o risco de estiagem no Sul do Brasil

  • Foto do escritor: Dejair De Castro
    Dejair De Castro
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Foto: Divulgação
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A agricultura brasileira, a menos de um mês do início oficial do verão no Hemisfério Sul, redobra a atenção com a configuração do fenômeno La Niña. No último dia 13 de novembro, a Administração nacional oceânica e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) emitiu um aviso oficial indicando a atuação da fase fria no Pacífico Tropical nos próximos meses.


Segundo o extensionista rural da Emater/RS-Ascar e meteorologista Nórton Franciscatto de Paula, o índice ENOS (El Niño – Oscilação Sul) persiste com valores negativos, caracterizando a atuação da La Niña, especialmente sobre as culturas de soja e milho que estarão em fases cruciais de desenvolvimento. A expectativa é que essa condição comece a transição para a neutralidade entre janeiro e março de 2026.


Risco de déficit hídrico no RS

Historicamente, a incidência da La Niña está associada à redução das chuvas no Rio Grande do Sul, com maior intensidade nos meses de janeiro e fevereiro. Essa deficiência hídrica pode afetar o armazenamento de água no solo e comprometer o desenvolvimento das culturas de verão, diminuindo a produtividade agrícola.


O extensionista rural e engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, alerta que o impacto pode ser maior no milho, devido ao seu sistema de polinização e germinação ser mais sensível à falta d'água do que o da soja.


Estratégias de nanejo e resiliência

Apesar da previsão de períodos de estiagem e estresse hídrico, a Emater/RS-Ascar não prevê um impacto "significativo" nas lavouras de grãos como um todo. Cerca de 70% da área de milho já foi semeada, limitando a margem para grandes ajustes no calendário agrícola.


Para a soja, Rugeri destaca que o plantio escalonado segue como a principal estratégia para enfrentar riscos climáticos, pois permite que a lavoura apresente diferentes estágios de desenvolvimento e demandas hídricas, reduzindo a chance de perdas generalizadas.


O engenheiro agrônomo reforça que a base para uma lavoura resiliente reside em um tripé de boas práticas:

1.     Solo bem estruturado.

2.     Boa cobertura vegetal.

3.     Rotação de culturas.


O produtor Emerson Walter, de Catuípe, exemplifica essa resiliência, destacando o investimento de quatro décadas no controle pluviométrico, na correção da acidez do solo, na utilização de cobertura de palhada e na rotação de culturas, mostrando que o planejamento e o manejo são essenciais para proteger o "bem maior da propriedade".

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