
O Rio Grande do Sul é a segunda principal porta de entrada para estrangeiros no Brasil, perdendo apenas para São Paulo. Levantamento do Ministério do Turismo mostrou que nos cinco primeiros meses de 2023, o país recebeu mais de 2,97 milhões de turistas internacionais, um aumento de 108% em relação ao mesmo período de 2022. A maior parte do total é proveniente da Argentina: 1,24 milhão. Destes, quase 49% ou 605 mil ingressaram pelas fronteiras e pelos aeroportos gaúchos.
Portanto, segundo o diretor-geral da Secretaria Estadual do Turismo, Rafael Carniel, o Estado está favorecido apesar de boa parte desse volume de pessoas não ter as cidades gaúchas como destino final. O grande desafio para o setor é reter os viajantes por alguns dias antes de eles irem para outros locais, ou fazer com que voltem nas próximas férias. A Serra e o Litoral Norte são regiões que já fazem parte das principais preferências de quem vem para o Rio Grande do Sul. Contudo, há diversas potencialidades que ainda podem ser exploradas.
Carniel enumera algumas: “Temos a maior concentração de parques e atrações da América Latina para o entretenimento familiar. A Capital apresenta novas alternativas para o lazer, e em um raio de duas horas de viagem oferecemos experiências únicas como passeios de trem sob o mais alto viaduto das Américas”. Ele cita também como atrativos o enoturismo, o olivoturismo, o turismo de aventura e resorts de águas termais. Por enquanto, estão sendo pensadas e colocadas em prática algumas ações importantes para mapear locais e entender quem são os turistas e seus comportamentos. Além disso, o governo quer se apoiar na conectividade logística e aumentar as visitas.
– Muito mais do que ofertar o que temos, precisamos compreender as motivações e a jornada de viagem desses públicos, solucionar suas dores, evitar frustrações e ressaltar os ganhos em permanecer no Rio Grande do Sul, para que não tenhamos apenas uma breve passagem. Queremos recorrência e permanência –, projeta Carniel. As férias escolares que iniciam nos próximos dias podem funcionar como um estímulo.
O setor turístico representa 4% do PIB gaúcho, mas a intenção é que esse índice cresça. Para isso, os turistas nacionais também são importantes. Mais de 82% deles são provenientes da região Sul, sendo quase 52% oriundos do próprio Estado.
Depois dos argentinos, os norte-americanos estão entre os que mais visitaram o Brasil nos cinco primeiros meses do ano. Foram 271,1 mil. O Paraguai está em terceiro lugar com 215,5 mil turistas. Chile (197.826) e Uruguai (184.947) vêm em seguida. Desses últimos, o Rio Grande do Sul é porta de entrada de 10% e 83% do total no país, respectivamente.
O Ministério do Turismo atribuiu o aumento de visitantes internacionais à imagem que o Brasil vem construindo, que está relacionada com sustentabilidade e com preservação ambiental, o que consolida o país como um destino promissor, oferecendo uma experiência considerada inesquecível para quem chega.
No mês de maio, os turistas estrangeiros deixaram no país 567 milhões de dólares. O número já é o maior volume para o mês da série histórica iniciada em 1998. No ano passado, o gasto desse público no mesmo período foi de 373 milhões de dólares. No acumulado do ano, os visitantes internacionais já injetaram na economia brasileira 2,72 bilhões de dólares, cerca de R$ 13 bilhões, 35,9% a mais frente ao ano passado.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Acervo Setur/RS
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