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RS tem queda no abate de frango e bovinos

O segundo trimestre de 2024 fechou com queda no abate de 12,3% no abate de frangos e de 10,6% no de bovinos frente ao mesmo período do ano passado. É o que indica a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada nesta quinta-feira, 5. Também diminuíram a aquisição de leite (-10,1%) e a de couro (-11,3%). Em contrapartida, houve aumento de 2,4% na produção de ovos de galinha e de 1% no abate de suínos, na mesma comparação temporal. Na avaliação do instituto, o mês de maio, quando o Estado foi atingido pelas enchentes, representou recuo para todos os itens pesquisados. Em termos absolutos, as quedas observadas na produção de frangos, bovinos, leite e couro, na comparação anual, foram as mais intensas entre as unidades da Federação participantes das pesquisas.


Foram abatidas 176,74 milhões de cabeças de frangos no Rio Grande do Sul, no segundo trimestre de 2024. O total é 6,6% inferior ao 1° trimestre de 2024, sendo o menor volume registrado no Estado nos últimos 12 anos. Embora o mês de abril tenha apresentado alta de 8,1% em relação a abril do ano passado, os meses de maio e junho tiveram retrações de 26,3% e 16%, respectivamente, frente ao mesmo meses em 2023. A queda observada em relação ao segundo trimestre do ano passado (-24,81 milhões de cabeças) foi a maior entre as 25 unidades da Federação participantes da pesquisa. Apesar do resultado, com participação de 11% no resultado nacional, o Rio Grande do Sul segue como o terceiro maior produtor do país, atrás de Paraná (35,1%) e Santa Catarina (13,4%).


No segundo trimestre de 2024, foram abatidas 340,1 mil cabeças bovinas sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Em relação ao primeiro trimestre, a queda foi de 13,4%. No comparativo anual, abril apresentou alta de 6,1% nos abates de bovinos, porém maio e junho apresentaram retrações de 19,8% e 16,8%, respectivamente.


O abate de fêmeas teve queda de 6,8% em relação ao segundo período de 2023, enquanto o de machos recuou 14%. A redução 40,45 mil cabeças a menos frente ao segundo trimestre de 2023 representa a variação negativa mais expressiva ocorrida do país. A participação do Rio Grande do Sul no resultado nacional, assim, caiu para 3,4% do total.


Suínos e leite

O abate de suínos somou 2,45 milhões de cabeças no Estado, no segundo trimestre. O resultado, de acordo com IBGE, configura um recorde para o período do ano e uma alta de 1% em relação ao segundo trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, representa um acréscimo de 2,6%. O aumento de 23,1 mil cabeças abatidas frente ao segundo trimestre de 2023 tem influência dos resultados de abril, que teve acréscimo de 15,4% ante abril do ano anterior. Em maio, no entanto, o Estado registrou o menor patamar de atividade dos últimos quatro anos, 9% menor que o do ano passado. Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 29,1% da participação nacional, seguido por Paraná (21,9%) e Rio Grande do Sul (16,8%).


A aquisição de leite cruz, no segundo semestre, foi de 649,42 milhões de litros, equivalente a uma redução de 10,1% tanto em relação ao segundo trimestre de 2023 quanto na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Novamente, o Estado teve o maior decréscimo (-72,56 milhões de litros) entre todas as unidades da Federação. Mesmo assim, respondendo por 11,1% da aquisição nacional de leite, o Rio Grande do Sul ocupa a quarta posição no ranking liderado por Minas Gerais (24,5%). O segundo lugar é do Paraná (15,1%) e o terceiro, de Santa Catarina (12,8%).


O preço médio do leite pago ao produtor teve um comportamento de alta ao longo do trimestre, variando de R$ 2,50 em abril a R$ 2,74 em junho. Considerando a média dos três meses (R$ 2,64), o preço apresentou variação de -0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e alta de 15,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024.


Couro e ovos

Curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro declararam ter recebido 561,62 mil peças no segundo trimestre. Esse total representa um recuo de 11,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e de 11,4% em comparação com o primeiro trimestre de 2024. A queda de 71,29 mil peças adquiridas reflete o desempenho de maio e junho, que tiveram seus piores resultados na série histórica da pesquisa. Na aquisição de peças de couro cru para processamento, o Estado é responsável por 5,6% do total nacional.


A produção de ovos de galinha no segundo trimestre de 2024 alcançou 75,09 milhões de dúzias no Rio Grande do Sul, correspondendo a um aumento de 2,4% em relação à quantidade levantada no mesmo trimestre em 2023 e de 3,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O Estado alcançou um novo recorde na série histórica, ultrapassando o marco do 2º trimestre de 2023, influenciado pelo resultado de abril (+8,5%). Porém, em maio, mês em que os efeitos da cheia foram mais impactantes, a produção sofreu retração de 1,5% frente ao mesmo mês do ano anterior e de 1,7% em comparação a abril de 2024. Em junho, o total de ovos produzidos apresentou alta de 0,6% na comparação anual e queda de 4,1% em comparação ao mês precedente.


Verificou-se que 46,3% das granjas (155) produziram ovos para o consumo, respondendo por 71% do total de ovos produzidos, enquanto 180 granjas (53,7%) produziram ovos para incubação, com 29% do total de ovos produzidos.O Rio Grande do Sul foi responsável por 6,5% da produção nacional de ovos de galinha, ocupando o 5º lugar do ranking das unidades da federação, atrás de São Paulo (26,3%), Paraná (9,8%), Minas Gerais (9,7%) e Espírito Santo (8,2%).







Fonte: Correio do Povo

Foto: Lucas Scherer / Embrapa

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